A semana após o dólar finalmente romper o suporte dos 5 reais evidenciou o considerável aumento de investidores brasileiros procurando por oportunidades internacionais. É fato que de poucos meses para cá a busca por investimentos internacionais, como ações negociadas em bolsas exteriores e até mesmo os Bonds (produto de renda fixa estadunidense semelhante ao crédito privado) cresceu exponencialmente.
Mas, o que nem os melhores dos analistas esperavam é que o gatilho de um breve rompimento da barreira dos R$ 5,00 na cotação da moeda norte americana faria com que uma avalanche de investidores brasileiros buscasse enviar recursos e aproveitar essa curta janela. O que fez com que, em paralelo as duras críticas de Lula a política monetária nacional e altos patamares de juros, o dólar rapidamente subisse para R$ 5,14.
Depois de uma bateria de reuniões dos bancos centrais das maiores economias do mundo, as atas das respectivas reuniões (FOMC, BC Europeu e COPOM) ganharam mais relevância depois do último dado de Payroll, relatório de emprego urbano americano, vir muito acima do que era esperado e contradizer com as falas de Jerome Powell a respeito do início do processo desinflacionário.
No âmbito nacional, a semana passada ficou marcada por constantes ataques ao Banco Central brasileiro pelo atual governo. Tanto na conduta da política monetária, como os altos patamares de juros e até questionamentos sobre os benefícios de uma instituição autônoma. Tais ruídos apenas intensificam a expectativa de inflação futura e pressiona a curva de juros para patamares ainda mais altos, ou seja, o governo não sabe o que está falando. A questão deveria ser em como estruturar uma política fiscal sustentável para juntamente com a política monetária buscar o pleno emprego e patamares mais moderados de inflação, não a toa o dólar não perde o patamar de 5 reais.
Já no âmbito internacional, além da continuidade dos balanços corporativos, o noticiário repercutiu intensamente a escalada da tensão geopolítica entre Estados Unidos e China, o que acabou ofuscando falas de dirigentes do FED a respeito dos dados mais recentes sobre o mercado de trabalho americano resiliente.
Segundo a B3, entre os dias 06 e 10/02 houve uma entrada de 678,3 milhões de reais na bolsa brasileira ante a entrada de 2,77 bilhões na semana anterior. Apesar de um fluxo ainda positivo para a bolsa brasileira pode-se notar que o ritmo das entradas vem diminuindo consideravelmente quando comparado ao início do ano. No entanto, essa entrada de capital não foi o suficiente para o saldo negativo do país levando a uma valorização do dólar – que subiu 1,22% frente ao real, cotado a U$S 5,21 na última sexta-feira (10/02). Apesar da tímida entrada de capital estrangeiro na bolsa brasileira na última semana, o índice Bovespa fechou a semana em queda 0,41% aos 108.078 pontos.
No acumulado do mês de fevereiro houve uma entrada de 1,79 bilhões de reais ante a entrada de 12,55 bilhões de reais em janeiro. Já no ano o investidor estrangeiro acumula um aporte de 14,34 bilhões de reais na bolsa brasileira, renovando a máxima do ano. Para esta semana, os investidores regressam as atenções para o dado de inflação ao consumidor americano e indicadores coincidentes de atividades em busca de pistas para a saúde econômica da maior locomotiva do mundo.
Esse texto foi publicado pelo blog CDI – Conselho dos Investidores. Caso tenha interesse em aprender mais sobre investimentos, falar sobre o mercado, e investir melhor, entre em contato com a gente através do nosso Instagram @conselhodosinvestidores, ou pelo nosso site.