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O QUE É NTN-B?

Entre os diversos ativos de renda fixa disponíveis no mercado financeiro brasileiro, os títulos públicos federais estão entre os mais populares. E dentre os títulos federais, os que tem seu rendimento atrelado à variação da inflação são chamados de NTN-Bs, ou pelo seu nome mais moderno, Tesouro IPCA.

Assim como todos os títulos públicos federais, as NTN-Bs são emitidas pelo Tesouro Nacional. O governo federal emite dívida para financiar seus gastos, uma vez que praticamente todo ano gasta mais do que arrecada. A dívida brasileira fechou 2022 representando mais de 70% do PIB do País. Todo esse endividamento é feito com base na emissão dos títulos públicos. Assim, mais do que uma opção de investimento para o investidor brasileiro (ou para o estrangeiro), esses títulos são fundamentais para que o governo brasileiro consiga continuar com a operação do dia a dia.

Existem dois tipos de NTN-B, a Principal e a com Juros Semestrais. A NTN-B Principal é um título que o investidor compra, e no vencimento recebe o valor investido acrescido dos juros. Já a NTN-B com Juros Semestrais, como o nome entrega, paga os juros acumulados a cada 6 meses, e no vencimento devolve apenas o valor inicial investido. Enquanto a primeira é mais indicada para quem está olhando apenas para o retorno total do investimento, pois permite que o mecanismo dos juros compostos funcione, a segunda serve bem aos investidores que querem colocar seu patrimônio para gerar renda passiva, já que todo semestre entra um valor em conta que o investidor pode utilizar para financiar parte de seus gastos.

Independente do tipo, toda NTN-B tem sua rentabilidade atrelada à inflação, e quando ofertada, sua taxa é expressa na forma IPCA + taxa fixa, em que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é o componente da inflação, e a taxa fixa é a taxa real do investimento, ou seja, é o que de fato o investidor vai ganhar acima da inflação. Por ter essa proteção contra a inflação, a NTN-B é um dos títulos preferidos do público brasileiro, pois oferece ao mesmo tempo segurança, já que mesmo no cenário mais grave repõe a inflação, e bons retornos, principalmente em momentos de juros altos.

O principal risco, como qualquer renda fixa, é o risco de crédito, ou seja, a chance de tomar calote. Porém, como o emissor é o governo, considera-se que o risco de crédito é muito baixo, já que o governo controla a emissão da moeda. Outro risco é o próprio risco de mercado durante o tempo de duração do título. Enquanto o retorno no vencimento é combinado na hora da emissão do título, o preço do título a cada dia muda, então sair antecipadamente pode causar prejuízo, dependendo das condições de mercado. Em termos de liquidez, não há risco, já que é um mercado extremamente líquido, e o próprio Tesouro recompra os títulos diariamente, de modo que o investidor pode sair dos investimentos quando achar conveniente.

Outra característica deste título é que são os que possuem vencimentos mais variados. Por exemplo, neste momento, enquanto os títulos prefixados do Tesouro têm vencimento máximo em 2033 e os atrelados à SELIC em 2029, as NTN-Bs tem vencimentos até para 2055!

Por conta da proteção que oferece em relação à inflação, pelos vencimentos longos, pelos retornos altos e por pagar juros semestrais, é um dos ativos mais interessantes para o investidor que quer construir uma carteira de longo prazo, que entregue bons rendimentos e baixo risco, além de gerar renda passiva.

Esse texto foi publicado pelo blog CDI – Conselho dos Investidores. Caso tenha interesse em aprender mais sobre investimentos, falar sobre o mercado, e investir melhor, entre em contato com a gente através do nosso Instagram @conselhodosinvestidores, ou pelo nosso site.

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