Diante de uma conjuntura global complexa de interpretar pode-se notar que a diversificação do portfólio não deve conter apenas diferentes classes de ativos, mas também ativos com diversificação geográfica. Ativos de diferentes países podem trazer um contrapeso em momentos que real perde força ou momento em que os investidores correm para buscar proteção. Hoje o mercado muito mais acessível já é possível investir em ativos internacionais e está na palma da tua mão.
No âmbito nacional, o destaque da semana passada foi o anúncio do novo arcabouço fiscal brasileiro apresentado pelo atual ministro da fazenda, Fernando Haddad. Em um primeiro momento teve um efeito positivo para o real, entretanto, o mercado notou que as promessas de superávit já em 2025 não eram alcançáveis sem que aumentasse a arrecadação, muito provavelmente, por meio de mais impostos. Logo, o mercado passou a considerar um plano como ‘ok’ mas ainda assim difícil de acreditar por não apresentarem os por menores de como tudo isso seria feito na prática e assim não afetou a cotação do real e muito menos a expectativa de inflação que continua bem acima da meta. Por fim, houve também a ata da última reunião do COPOM que veio em tom duro mostrando que a realidade é diferente da narrativa do governo, e sendo estritamente técnica nos parâmetros de tomada de decisão.
Já no âmbito internacional, em uma semana amena de indicadores macroeconômicos o destaque ficou para os desdobramentos da crise de confiança do setor bancário americano, e dessa vez o First Citizens Bank comprou o Sillicon Valley Bank, o banco que abriu os olhos dos investidores para possíveis calotes de outros bancos de mesmo porte. Outro fator de destaque foi a divulgação de mais dados de inflação nos EUA e na zona do euro que sinalizaram uma inflação ainda resiliente e em patamares elevados. O perceptível aumento dos preços nos supermercados e na conta de energia está afetando o dia a dia das pessoas que passaram a ir as ruas protestar, como por exemplo os protestos vistos na Alemanha.
Segundo a B3, entre os dias 27 e 31/03 houve um aporte de 1,12 bilhão de reais na bolsa brasileira ante a retirada de 883,43 milhões de reais na semana anterior, corroborando para o saldo positivo de dólares no país, resultando em uma forte desvalorização do dólar – que recuou 3,55% frente ao real, cotado a R$ 5,06 na última sexta-feira (31/03). Em contrapartida, o aporte dos investidores estrangeiros somado a 5 semanas seguidas de queda na bolsa local, o Índice Bovespa fechou a semana em alta, um avanço de 3,09 % aos 101.882 pontos, apagando as perdas da semana anterior.
No acumulado mês de março houve uma retirada de 2,38 bilhões da bolsa brasileira, ante a retirada de 1,68 bilhões de reais no mês de fevereiro. Já no ano, o investidor estrangeiro acumula um aporte de 8,49 bilhões ante 7,36 bilhões de reais registrados na semana anterior, recuperando um pouco o terreno apesar de ainda longe das máximas do ano de 15,37 bilhões de reais.
Para esta semana, diante de uma semana reduzida por feriados religiosos ao redor do globo e fraca em indicadores os investidores estarão atentos aos PMIs dos EUA, Brasil, China, além do Payroll que será divulgado em pleno feriado.
Esse texto foi publicado pelo blog CDI – Conselho dos Investidores. Caso tenha interesse em aprender mais sobre investimentos, falar sobre o mercado, e investir melhor, entre em contato com a gente através do nosso Instagram @conselhodosinvestidores, ou pelo nosso site.