Ao longo dos primeiros meses deste ano, explicamos o que é renda fixa, e detalhamos como funcionam alguns investimentos que compõe esse grupo. Porém, hoje iremos adentrar uma nova classe de ativos, a renda variável. É nela que se enquadram as famosas ações negociadas na bolsa de valores, grande parte dos fundos de investimentos, além de investimentos menos óbvios, como ouro ou criptomoedas.
Se a renda fixa engloba operações que envolvem crédito, sendo fundamentalmente uma operação que une um credor e um devedor, a renda variável tem a ver com troca de propriedade de um ativo. Ao comprar um CDB do banco Itaú, por exemplo, você se torna credor do banco, e vai receber o seu dinheiro de volta em uma data futura, acrescido dos juros acordados no momento da compra. Mas e se você não quiser emprestar dinheiro para o Itaú, mas sim ser sócio da empresa? Nesse caso, você pode comprar uma participação acionária na empresa. Como o Itaú tem ações negociadas na bolsa de valores, é possível se tornar um sócio da empresa no mesmo dia!
Ações são os ativos mais famosos quando se fala em renda variável no contexto do mercado financeiro, mas o grupo é muito mais abrangente. Ao comprar um apartamento, você está realizando um investimento em renda variável. Ao comprar uma obra de arte, um carro antigo, uma barra de ouro, moedas, todos são investimentos em renda variável.
Dessa forma, enquanto na renda fixa o ganho vem a partir dos juros pagos no empréstimo, na renda variável o ganho precisa vir da valorização do ativo comprado, ou então de rendimentos que ele gera. Ainda no exemplo do apartamento, o retorno pode vir mensalmente, na forma de um aluguel, assim como pode ser resultado da venda do imóvel em uma data futura a um preço maior que o de compra. E por isso que é chamada renda variável, o rendimento não é conhecido no momento do investimento. A ação de uma empresa pode se valorizar 10 vezes, como pode perder todo seu valor (no caso extremo de a empresa falir, por exemplo).
Por ter esse componente de risco geralmente maior que a renda fixa, a renda variável é adequada para investidores que possuem maior apetite ao risco, mais experiência no mercado, e um horizonte maior de investimentos. É um caminho natural para um investidor iniciante começar no mundo dos investimentos na renda fixa, e com o tempo ir diversificando sua carteira com ativos de renda variável também. O risco maior vem acompanhando de uma rentabilidade esperada maior também, e para a maioria dos perfis de investidores, provavelmente faz sentido ter ao menos uma parcela da carteira em ativos desse tipo.
Exatamente por abranger um número tão grande de ativos, e com características tão diversas, é difícil apresentar características gerais que se aplicam a todos os ativos, como acontece com a renda fixa. Por isso, entraremos em maiores detalhes relativos a riscos, rentabilidades, liquidez e diversificação em artigos futuros específicos para cada ativo.
Esse texto foi publicado pelo blog CDI – Conselho dos Investidores. Caso tenha interesse em aprender mais sobre investimentos, falar sobre o mercado, e investir melhor, entre em contato com a gente através do nosso Instagram @conselhodosinvestidores, ou pelo nosso site.