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O QUE É RISCO?

Sempre que se fala em investimentos, a primeira coisa que vem na cabeça da maioria das pessoas é rentabilidade. Ao apresentar uma oportunidade de aplicar o capital, o investidor pergunta: quanto eu vou ganhar com isso. Porém, junto com o retorno esperado, sem existe também um risco atrelado, que muitas vezes é desprezado, mas no fundo é ao menos tão importante, ou até mais importante, que o próprio ganho potencial.

Risco pode ser mensurado de diversas maneiras, e quando tratamos de investimentos, existem alguns tipos de risco que devemos analisar. Em termos simples, risco é a chance de um investimento dar errado. Mas o que é dar errado? Basicamente, é não atingir o resultado esperado. Os cenários para que isso ocorra envolvem os chamados risco de mercado, risco de liquidez, risco de crédito, risco de governança, entre muitos outros.

O risco de mercado ocorre nos ativos que possuem um preço marcado a mercado, ou seja, um preço que varia com alguma frequência, de acordo com oferta e demanda, apetite de compra e venda dos investidores. Uma ação possui risco de mercado, já que seu preço varia dia a dia, enquanto um cdb, que não possui um mercado secundário que pode ser negociado – pelo menos de maneira geral – não apresenta essa variação no preço, e portanto, não tem risco de mercado, ou tem um risco muito menor em tese. Usamos a volatilidade do preço dos ativos para medir esse tipo de risco. Quanto maior a volatilidade do preço do ativo, maior seu risco de mercado.

Outro tipo de risco é o de liquidez. Ele envolve a chance de um investidor não conseguir negociar um ativo em determinado momento. O risco de liquidez de ações como as da Petrobrás, por exemplo, é muito menor que o de empresas pequenas listadas em bolsa, que costumam ter uma quantidade muito menor de negócios por dia. Quanto maior o patrimônio de um investidor, mais ele está sujeito ao risco de liquidez, e portanto deve estar mais atento a liquidez dos ativos que escolhe investir. Um investidor pessoa física que investe R$ 1.000 por mês em ações tem um risco de liquidez muito baixo, enquanto que um fundo que gere dezenas de bilhões, terá um risco muito maior de liquidez.

O risco de crédito diz respeito à chance de um devedor não honrar seus compromissos, e por isso só se aplica a ativos de renda fixa (ativos de crédito). Uma empresa que emite debêntures, por exemplo, pode no momento do vencimento não ter condições de pagar o que deve, o que causará um prejuízo aos credores, que ficarão sem receber ou então terão que aceitar um acordo, recebendo menos que o inicialmente combinado.

Risco de governança se refere à probabilidade dos gestores e funcionários em geral de uma determinada empresa tomarem alguma atitude que vai contra as regras e leis estabelecidas. Um exemplo recente é o que aconteceu com as Lojas Americanas, que experienciaram uma possível fraude (ainda em investigação), que está gerando prejuízos bilionários aos acionistas, e fez com que a empresa pedisse recuperação judicial.

Esses são apenas alguns dos principais tipos de risco, que servem para exemplificar como pode ser complicada a análise de risco de um investimento, e porque por mais experiente que um investidor seja, é preciso muito cuidado ao concentrar seu patrimônio em poucos ativos, uma vez que os riscos menos óbvios costumam passar desapercebidos, mas muitas vezes são os que tem maior potencial de destruir valor. TODO investimento, sem exceção, possui algum nível de risco, e cabe ao investidor avaliar o que faz sentido e o que não faz de acordo com seu perfil, seu patrimônio e seu momento de vida.

Esse texto foi publicado pelo blog CDI – Conselho dos Investidores. Caso tenha interesse em aprender mais sobre investimentos, falar sobre o mercado, e investir melhor, entre em contato com a gente através do nosso Instagram @conselhodosinvestidores, ou pelo nosso site.

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