No Boletim Focus desta segunda-feira (24), as expectativas para o IPCA de 2023 subiram de 6,01% na semana passada para 6,04% agora, e há um mês eram de 5,93%. Para 2024, 2025 e 2026, as expectativas não mudaram, e continuam respectivamente em 4,18%, 4,00% e 4,00%.
Já em relação ao PIB, a mediana de 2023 aumentou de 0,90% para 0,96%, a de 2024 subiu 1,40% para 1,41%, a de 2025 caiu de 1,72% para 1,70%, e a de 2026 se manteve estável em 1,80%, todos em relação à semana passada.
Para o câmbio, houve queda de R$ 5,24 para R$ 5,20 em 2023, R$ 5,26 para 5,25% em 2024, estabilidade dos R$ 5,30 em 2025 e queda de R$ 5,35 para R$ 5,32 em 2026. Por fim, a Selic apresentou estabilidade nas expectativas, sendo de 12,50% para o fim de 2023, 10,00% para 2024, 9,00% para 2025 e 8,75% para 2026.
Para outros indicadores, a Conta Corrente subiu de – US$ 49,90 bilhões para – US$ 48,55 bilhões em 2023, e a Balança Comercial subiu de US$ 55,48 para US$ 57,70, enquanto Investimento direto no país e resultado primário ficaram constantes. Leve redução na Dívida líquida do setor público (+0,3 p.p) para 61% e piora no resultado nominal (+0,05 p.p) para -7,85%, ambos em 2023.
Com a entrega da proposta do novo arcabouço fiscal ao Congresso na terça-feira passada (18), há uma expectativa por parte do governo que as expectativas de inflação melhorem com um possível controle das contas públicas. Se o mercado comprar a proposta como crível, as expectativas de resultado primário para os próximos anos, que ainda estão todas negativas, devem convergir para as metas estabelecidas pelo governo, zerando o déficit já em 2024, e com 1% de superávit em 2026. Para 2025 e 2026, houve uma melhora na última semana, de -0,5% para -0,37% e de -0,3% para -0,2%, respectivamente, o que pode ser uma reação ao projeto.
Essa melhora nas expectativas de resultado primário deve impactar a inflação, que deve cair, e ao convergir para a meta, permite que as expectativas para a taxa Selic também caiam. Por fim, com esses 3 indicadores melhorando (resultado primário, inflação e juros), as expectativas de crescimento do PIB devem começar a melhorar também.
Claro que esse é o cenário otimista, ainda temos pela frente a tramitação do projeto no Congresso, que pode passar ou não, e o fato de que muitos economistas e estudiosos do mercado estão contestando a proposta de regra fiscal, indicando que o limite de aumento de gasto de 70% do crescimento da receita, com piso de 0,6% ao ano não seria rígido o suficiente para atingir as metas de superávit sugeridas. O governo reagiu a isso indicando que vai buscar aumentar a receita para compensar a falta de um ajuste mais intenso nos gastos, o que pode causar redução do crescimento do PIB se houver aumento real da carga tributária, mas o mercado ainda aguarda ansiosamente a proposta de reforma tributária.
O Boletim Focus é uma publicação do Banco Central, divulgada online toda segunda-feira, contendo o resumo das expectativas de mercado a respeito de alguns indicadores da economia brasileira. Os resultados são sempre referentes aos dados da semana anterior, com fechamento na sexta-feira, coletados com cerca de 120 bancos, gestoras de recursos e demais entidades do mercado financeiro. A partir dessa pesquisa, é calculada a mediana das expectativas desses agentes, que por ser divulgada semanalmente, essa série histórica acaba servindo como um termômetro do mercado.
Esse texto foi publicado pelo blog CDI – Conselho dos Investidores. Caso tenha interesse em aprender mais sobre investimentos, falar sobre o mercado, e investir melhor, entre em contato com a gente através do nosso Instagram @conselhodosinvestidores, ou pelo nosso site.