No Boletim Focus desta segunda-feira (3), as expectativas para o IPCA de 2023 subiram de 5,93% na semana passada para 5,96% agora, e há um mês eram de 5,90%. Para 2024, 2025 e 2026, as expectativas não mudaram, e continuam respectivamente em 4,13%, 4,00% e 4,00%.
Já em relação ao PIB, a mediana de 2023 se manteve em 0,90%, a de 2024 subiu 1,40% para 1,48%, a de 2025 também subiu de 1,71% para 1,80%, assim como a de 2026, que subiu de 1,78% para 1,80%, todos em relação à semana passada.
Para o câmbio, não houve variação em nenhum ano, com a mediana de 2023 sendo de R$ 5,25, e a de 2026 de R$ 5,40. Por fim, a Selic também apresentou estabilidade nas expectativas, sendo de 12,75% para o fim de 2023, 10,00% para 2024, 9,00% para 2025 e 8,75% para 2026 (essa última sim, com pequena queda, na semana passada era 9,00%).
Para outros indicadores, como Conta Corrente, Balança comercial, Investimento direto no país, Dívida líquida do setor público, resultado primário e resultado nominal, não houve alterações significativas.
Com a divulgação da proposta do novo arcabouço fiscal na quinta-feira passada (30), há uma expectativa por parte do governo que as expectativas de inflação melhorem com um possível controle das contas públicas. Se o mercado comprar a proposta como crível, as expectativas de resultado primário para os próximos anos, que ainda estão todas negativas, inclusive com déficit de 0,3% do PIB em 2026, devem convergir para as metas estabelecidas pelo governo, zerando o déficit já em 2024, e com 1% de superávit em 2026.
Essa melhora nas expectativas de resultado primário devem impactar a inflação, que deve cair, e ao convergir para a meta, permite que as expectativas para a taxa Selic também caiam. Por fim, com esses 3 indicadores melhorando (resultado primário, inflação e juros), as expectativas de crescimento do PIB devem começar a melhorar também.
Claro que esse é o cenário otimista, ainda temos pela frente a tramitação do projeto no Congresso, que pode passar ou não, e o fato de que muitos economistas e estudiosos do mercado estão contestando a proposta de regra fiscal, indicando que o limite de aumento de gasto de 70% do crescimento da receita, com piso de 0,6% ao ano não seria rígido o suficiente para atingir as metas de superávit sugeridas.
O Boletim Focus é uma publicação do Banco Central, divulgada online toda segunda-feira, contendo o resumo das expectativas de mercado a respeito de alguns indicadores da economia brasileira. Os resultados são sempre referentes aos dados da semana anterior, com fechamento na sexta-feira, coletados com cerca de 120 bancos, gestoras de recursos e demais entidades do mercado financeiro. A partir dessa pesquisa, é calculada a mediana das expectativas desses agentes, que por ser divulgada semanalmente, essa série histórica acaba servindo como um termômetro do mercado.
Esse texto foi publicado pelo blog CDI – Conselho dos Investidores. Caso tenha interesse em aprender mais sobre investimentos, falar sobre o mercado, e investir melhor, entre em contato com a gente através do nosso Instagram @conselhodosinvestidores, ou pelo nosso site.