A semana passada foi marcada por invasões aos Três Poderes em Brasília, além da inconsistência nos balanços de aproximadamente 20 bilhões de reais, divulgado pela Americanas. Essas intensas movimentações acabaram ofuscando os primeiros passos e medidas econômicas feitas pelo novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Embora o impacto econômico na arrecadação pública seja na casa dos 242 bilhões de reais, o pacote pouco animou os investidores que já tinham ciência das medidas que estariam por vir.
Já no âmbito internacional, os mercados reagiram a reabertura da economia chinesa e aos dados de inflação ao redor do mundo, que apesar de apresentarem dados menores nas comparações mensais, ainda continua em patamares altos. Os investidores se dividiram entre o copo meio cheio e copo meio vazio; os mais otimistas voltaram as atenções para a retomada do mercado de commodities, devido a reabertura do gigante asiático como forma de pouso suave na economia. Já os mais céticos focaram na pressão inflacionária que essa retomada pode acarretar, sendo necessário estender o ciclo de alta de juros mundo a fora por mais tempo do que o esperado.
Diante de uma semana marcada pela melhora da inflação mundial e retomada da economia chinesa, o saldo de dólar no país foi positivo pela forte entrada de capital estrangeiro, impulsionando índice Ibovespa apesar do peso da desconfiança dos investidores locais frente ao setor de varejo.
Segundo a B3, entre os dias 09 e 13/01, houve entrada de 3,48 bilhões de reais na bolsa brasileira ante a retirada de 495,68 milhões de reais na semana anterior. Essa relevante entrada de capital, por sua vez, derrubou o dólar – que enfrenta desvalorização de 2,48% frente ao real, cotado a U$S 5,09 na última sexta-feira (13/01). Por consequência, o índice Bovespa fechou a semana em alta de 1,79%, aos 110.916 pontos.
No acumulado do ano, houve entrada de fluxo estrangeiro de 2,98 bilhões de reais frente ao acumulado de 13,77 bilhões de reais para a bolsa local em dezembro. Para esta semana, é esperado que a reunião do Fórum Econômico Mundial, em Davos, traga mais pistas sobre a política econômica mundial, além dos investimentos internacionais, trazendo volatilidade extra para o fluxo cambial e moedas como dólar e euro.