Blog do Conselho

FLUXO CAMBIAL SEMANAL (13/03 a 17/03)

Nesta última semana vivenciamos um aumento de aversão a risco global diante das incertezas frente ao setor bancário americano. Dito isso, nota-se a buscar por proteção em ativos considerados reserva de valor e em moedas fortes, como o próprio dólar. Hoje em dia, a democratização dos investimentos permite a exposição em menor volume como, por exemplo, renda fixa americana ou proteção cambial.

No âmbito nacional, a semana passada foi marcada por mais rumores sobre a proposta do novo arcabouço fiscal brasileiro, sendo apresentado para o atual presidente, Lula, e também os presidentes da câmara e do senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco respectivamente. Até então não foi divulgada detalhes sobre a proposta que é amplamente esperada pelos investidores. Essa ansiedade gerou uma expectativa de queda nos juros de curto prazo, corroborando para a alta do dólar frente ao real. Em paralelo, mais críticas e pressão dos integrantes do PT frente ao atual patamar de juros, conduta da política monetária brasileira, e até ao Roberto Campos Neto, presidente do banco central brasileiro, e internacionalmente premiado o melhor banqueiro central a conduzir a política monetária durante a pandemia por dois anos consecutivos.

Já no âmbito internacional, a semana estendeu o medo frente ao setor bancário em especial nos EUA, mas que também serviu de estopim para grandes nomes como o Credit Suisse, que estava em decadência e acabou sendo vendido por 3,5 bilhões de dólares para seu maior concorrente, o UBS. O medo foi consequência da quebra de até então 3 bancos americanos de menor porte, gerando uma corrida dos clientes para resgatar o dinheiro piorando ainda mais a situação para os bancos americanos de menor porte.

Uma outra consequência foi o aumento do balanço do FED, que em outras palavras, emprestou quase 150 bilhões de dólares aos grandes bancos, que solicitaram o empréstimo para resguardar o caixa diante do cenário turbulento. Não obstante, o fim da semana foi marcado pelo “casamento forçado” entre Credit Suisse e UBS.

Segundo a B3, entre os dias 13 e 17/03 houve uma retirada de 1,84 bilhão de reais da bolsa brasileira ante a uma saída de 411,3 milhões de reais na semana anterior, corroborando para o saldo negativo de dólar no país, resultando em uma valorização do dólar – que subiu 1,17% frente ao real, cotado a R$ 5,27 na última sexta-feira (17/03). Acompanhando todo o movimento de aversão a risco internacional puxado pelas incertezas frente ao setor bancário americano, somado a conjuntura política local, o Índice Bovespa fechou a semana em queda de 1,58% aos 101.981 pontos, renovando a mínima do ano.

No acumulado mês de março houve até então uma retirada de 2,6 bilhões de reais, ante a retirada mês contra mês de 777,9 milhões de reais na semana anterior e 1,68 bilhões de reais em fevereiro. Estendendo o movimento de retirada da bolsa brasileira com o aumento da aversão a risco internacional. Já no ano, o investidor estrangeiro acumula um aporte de 8,25 bilhões ante a 10 bilhões registrados na semana anterior e afastando dos 15,37 bilhões de reais da máxima do ano até então.

Para esta semana, os investidores estarão atentos a decisão de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil.

Esse texto foi publicado pelo blog CDI – Conselho dos Investidores. Caso tenha interesse em aprender mais sobre investimentos, falar sobre o mercado, e investir melhor, entre em contato com a gente através do nosso Instagram @conselhodosinvestidores, ou pelo nosso site.

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