Na última semana antes do recesso das festas, eventos globais e economia despedem-se aquecidos de 2022. O destaque fica para alguns dados macroeconômicos, em especial dos EUA e Europa, além de eventos geopolíticos relevantes: a visita do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, ao congresso norte-americano em Washington. Nos Estados Unidos, foi divulgado o PIB referente ao 3º trimestre de 2022, que surpreendeu com avanço de 3,2% após duas quedas consecutivas, que caracterizaram uma recessão técnica. O ocorrido reforça a resiliência da economia americana em meio a uma política monetária restritiva, além de um ciclo de alta de juros em curso. Tais eventos indicam juros americanos em subida, fortalecendo o dólar mundo a fora e machucando os mercados acionários. Em contrapartida, apesar de não tão inesperado, a China anunciou o fim da política de COVID 0, trazendo ânimo para mercados emergentes atrelados majoritariamente a commodities.
No âmbito local as atenções continuam para as tramitações políticas no que tange o governo de transição, como também para tramitações legislativas que viabilizam políticas do novo governo para os próximos 4 anos. Sendo os maiores destaques o julgamento do Orçamento secreto julgado como inconstitucional por parte do STF, além da aprovação da PEC de transição tanto pela câmara como pelo senado que coloca um ponto final para o tema. O texto exclui o bolsa família do teto de gastos, o que contribui para um custo total de 168 bilhões de reais acima do teto, e por duração de um ano. Além disso, outras pautas relevantes foram a aprovação do Orçamento de 2023 e o anúncio de mais 16 futuros ministros do governo Lula.
Tais eventos serviram como balizadores para que os investidores estrangeiros em meio a virada de ano transferissem recursos ao país em grande escala, fortalecendo o real frente ao dólar e impulsionando a bolsa brasileiro que havia se descolado do mundo na semana anterior.
Segundo a B3, entre os dias 19 e 23/12, tivemos uma entrada de 6,16 bilhões de reais na bolsa de valores. Essa entrada maciça de capital estrangeiro se deu após algumas definições legislativas, dentre elas a PEC de transição, que acalmou os investidores que até então estavam apreensivos por incertezas no âmbito político-econômico. A entrada de 6 bilhões de reais em 5 dias úteis foi o motor para o forte avanço do índice Bovespa que fechou a semana alta de 6,65% aos 109.697 pontos, ante a queda de 4,34% na semana anterior. Não só a bolsa, mas o saldo positivo de dólar no país nesta última semana fortaleceu o real frente ao dólar que recuou 2,82% até a última sexta feira (23/12) cotado a R$ 5,16.
No acumulado do mês de dezembro tivemos uma entrada de fluxo estrangeiro de 11,31 bilhões de reais para a bolsa local, frente a 5,15 bilhões na semana anterior. No ano o acumulado até dia 23/12, tivemos uma entrada de 98,3 bilhões de reais renovando a máxima do ano.
Para a última semana útil do ano a bolsa brasileira teve boas notícias, uma vez que o diferencial de juros brasileiro continua sendo o maior do mundo, o que atrai recursos financeiros, as definições na ala política reforçaram que o Brasil é grande candidato para continuar sendo em 2023 o país favorito dos investidores estrangeiros dentre os países emergentes.