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FLUXO CAMBIAL SEMANAL (26/12 a 30/12)

Na última semana do ano de 2022, em meio a menor liquidez nos mercados globais devido as comemorações de final de ano o destaque internacional ficou totalmente endereçado para o receio dos mercados acionários diante de uma recessão econômica global que será a pauta principal pelo menos para o primeiro semestre de 2023.

O medo da recessão vem ao encontro das políticas monetárias mais restritivas por parte dos bancos centrais para conter a maior inflação dos últimos 40 anos, que pressionou o poder de consumo e foi agravada perante a dificuldades da cadeia logística desde o início da pandemia em 2020. A desaceleração econômica está sendo sinalizada por indicadores antecedentes os chamados PMIs ou índice de gerente de compras em português. Os PMIs fornecem de forma prévia a demanda dos setores industriais, de serviço e composto e pode-se notar que economias mais resilientes já apresentam desaceleração na demanda.

Um dos principais exemplos vistos na semana passada é a China que divulgou seus dados e se encontra no pior patamar desde março 2020. Outra questão latente nos noticiários globais foi a flexibilização da política de COVID 0 na China e sua retomada em meio a indicadores macroeconômicos fracos sinalizando recessão a vista.

No cenário local todas as atenções ficaram para as últimas movimentações políticas antes da posse do novo governo. Dentre elas a nomeação de todos os ministros do governo Lula. Em meio aos instantes finais do governo de transição a política fiscal ficou em segundo plano, logo atrás dos noticiários frente a Jair Bolsonaro e se de fato iria entregar a faixa presidencial ao presidente eleito como é a tradição do evento.

Apesar de uma entrada de capital estrangeiro relevante para a bolsa brasileira em meio a semana de menor liquidez global, o saldo de dólar no país foi negativo e não pelos investidores estrangeiros e sim pelo medo dos investidores locais diante da posse de Lula ao cargo de presidente.

Segundo a B3, entre os dias 26 e 30/12, tivemos uma entrada de 2,46 bilhões de reais na bolsa brasileira ante aos 6,16 bilhões de reais depositados na semana anterior. Essa entrada por sua vez não superou o medo local e por consequência de um delta negativo o dólar teve uma valorização de 2,36% frente ao real, cotado a R$ 5,28 na última sexta feira dia 30/12.  Mesmo com um aporte de 2,46 bilhões na bolsa brasileira não foi o suficiente diante das incertezas políticas locais, e perspectivas econômicas globais fez com que o Ibovespa fechasse a semana praticamente no zero a zero, uma alta marginal de 0,03% aos 109.734 pontos, ante a forte alta de 6,65% na semana anterior.

No acumulado do mês de dezembro tivemos uma entrada de fluxo estrangeiro de 13,77 bilhões de reais para a bolsa local, frente a 11,31 bilhões na semana anterior. No ano o acumulado até dia 30/12, tivemos uma entrada de 100,82 bilhões de reais renovando e finalizando na máxima de 2022. Para o ano de 2023 a pauta internacional será qual o tamanho da recessão econômica que se aproxima, e para o cenário local a pauta principal será a política fiscal brasileira que se encontra em estado crítico ainda mais com uma política focada nas questões sociais sem prover de maneira clara como será o plano para o controle fiscal brasileiro.

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