O IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – de janeiro, divulgado hoje pelo IBGE, ficou em 0,53%. Houve desaceleração em relação a dezembro, quando o valor ficou em 0,62%. Em 12 meses, o indicador acumula alta de 5,77%, levemente abaixo dos 5,79% dos 12 meses imediatamente anteriores. O valor do mês veio abaixo do consenso de mercado, que era de 0,57%.
Os maiores impactos sobre o índice foram dos grupos de Alimentação e Bebidas, e Transportes, com altas de 0,59% e 0,55%, respectivamente. O grupo de Alimentação e Bebidas contribuiu com 0,13 p.p. no índice final, e Transportes 0,11 p.p. O único grupo com variação negativa foi Vestuário, que apresentou variação de -0,27%.
Já o INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor (que pega uma cesta de produtos que representa famílias com renda até 5 salários mínimos, contra até 40 salários mínimos do IPCA) – teve alta de 0,46%, contra 0,67% em janeiro. O acumulado em 12 meses está em 5,71%.
Para o economista de inflação da Garde Asset Management, Luis Menon, “o indicador veio em linha com mercado, e o processo de desinflação segue, com os núcleos desacelerando.” De acordo com ele, “poderíamos estar discutindo o início dos cortes de juros se não fosse pelos atritos entre governo federal e Banco Central”. Olhando para a frente, projeta que “em fevereiro poderá haver uma alta por conta dos reajustes no grupo Educação, que acontece uma vez por ano, além dos reajustes dos combustíveis.”
A divulgação do IPCA hoje vem em meio à crise que surgiu a partir dos repetidos comentários do presidente Lula, que vem atacando a autonomia do Banco Central, a atual manutenção da taxa básica de juros em 13,75% e as metas de inflação. O presidente não percebe que essas atitudes apenas fazem com que a situação piore, as expectativas se deteriorem, e os juros futuros aumentem. É importante que ele entenda logo que a melhor forma de baixar os juros é fazer o trabalho na política fiscal, tendo um mínimo de controle nos gastos, e deixar o Banco Central fazer a política monetária, usando a taxa de juros para levar a inflação à meta.
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