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MANIFESTAÇÕES NA CHINA

As medidas tomadas pelo governo chinês desde o início da pandemia, que fazem parte da política governamental chamada de Covid Zero, estão gerando manifestações pela China. Habitantes de diversas cidades pedem o fim dos lockdowns e até renúncia do presidente chinês e fim da ditadura comunista.

A China é o único grande país com uma política como o Covid Zero, tendo um dos protocolos mais rígidos do mundo. Lockdowns são implementados a partir de apenas alguns casos confirmados de Covid. A partir daí, testes em massa são realizados, pessoas com covid são isoladas em casa ou em instalações governamentais, todos os estabelecimentos (exceto os que vendem alimentos0 tem de fechar. O lockdown só termina quando nenhuma infecção mais é encontrada.

Com baixos níveis de vacinação entre os idosos, e sem utilizar as vacinas mais eficazes, já que se recusa a utilizar vacinas que não sejam chineses, a situação do país é complicada. Fazendo lockdowns desde o início da pandemia, o número tota de pessoas que já pegaram a doença ainda é relativamente baixo, de modo que a imunidade natural de quem se recupera da doença também é pouco relevante. O resto do mundo praticamente já virou a página da pandemia, enquanto a China parece estar congelada no tempo. Enquanto isso, a população chinesa que precisa trabalhar e viver sua vida protesta contra os lockdowns.

Os protestos já acontecem em diversas cidades, e foram intensificados depois de um episódio em que dez pessoas morreram em um incêndio em um prédio em Urumqi, e testemunhas afirmam que essas pessoas não conseguiram escapar por conta das restrições governamentais. Inicialmente focados nas medidas restritivas, os protestos foram se espalhando por diversas cidades, e começaram a reivindicar outras pautas, como a renúncia do presidente chinês Xi Jinping, e até o fim da ditadura comunista chinesa.

A polícia nos últimos dias tem combatido de forma mais rigorosa os protestos, prendendo e interrogando pessoas. Muitos manifestantes se comunicam por redes sociais como o Telegram e o Twitter, que são proibidas na China, e o governo está indo atrás dessas pessoas. Enquanto isso, em Hong Kong, manifestantes se reuniram no centro da cidade e no campus da Universidade de Hong Kong, demonstrando solidariedade. Há também manifestações ao lado de fora das embaixadas chineses em diversas cidades do mundo, como Londres, Paris e Tóquio.

Há também relatos de ataques à jornalistas que cobrem os protestos na China. Um enviado da BBC foi detido por várias horas enquanto cobria um protesto em Xangai. O primeiro ministro do Reino Unido Rishi Sunak disse que o episódio é “chocante e inaceitável”. A mídia chinesa, desde sempre sob forte censura, não mostra mais tanto notícias relacionadas à covid. A internet também não é livre na China, sendo vários sites e redes sociais proibidos ou controlados para evitar a livre circulação de informação. Não é possível saber como essa história vai evoluir. Pelo nível de controle e repressão da ditadura chinesa, e pelo histórico de outras manifestações, é esperado que o governo consiga controlar esses atos. Porém, não é comum vermos protestos por lá, ainda mais pedindo fim do regime ditatorial do Partido Comunista Chinês, portanto são eventos importantes e que podem ter repercussões maiores.

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