Já tratamos aqui sobre as NTN-Bs, que são títulos públicos que tem sua rentabilidade atrelada à inflação. Um outro tipo de título, ainda mais comum e utilizado pelos investidores é a LFT, um ativo pós-fixado atrelado ao CDI. Por conta de suas características únicas, é considerado o ativo mais seguro do mercado brasileiro, e utilizado como reserva de liquidez por investidores de todos os tamanhos e perfis.
Tivemos ontem a conclusão da reunião do Copom, que decidiu manter os juros básicos da economia em 13,75%. Além dos efeitos macroeconômicos da política monetária, que afeta a inflação e o crescimento do País, o valor da Selic também afeta a rentabilidade dos títulos de renda fixa pós-fixados, entre eles, a própria LFT, também chamada de Tesouro Selic. Esse título rende exatos 100% da Selic.
Todos os títulos públicos federais possuem liquidez diária, isso é uma característica geral das emissões do Tesouro Nacional, ele provê essa liquidez. Porém, os títulos prefixados e os atrelados à inflação possuem marcação a mercado (se quiser saber mais sobre tipos de marcação leia este artigo), e podem ter bastante volatilidade dependendo das condições de mercado e do prazo do título. A LFT não tem esse problema, porque diferente dos outros títulos, o valor a mercado e na curva são sempre iguais, de modo que não há possibilidade de perda com a venda antecipada.
Isso acontece porque a rentabilidade do título é totalmente pós-fixada, ou seja, não tem um valor futuro fixado no momento da compra. Assim, rende todos os dias o valor da Selic. Quando o Banco Central decide alterar a taxa de juros, a partir do dia seguinte a LFT já se ajusta e passa a render a nova taxa, sem ter alteração no preço do título. Dessa forma, você nunca terá uma rentabilidade negativa de um dia para o outro, contanto que a taxa Selic esteja positiva.
Essa característica faz com que a LFT seja o título com menor volatilidade entre as emissões do Tesouro. E, como consideramos que o governo é o devedor que oferece menos risco em uma economia, já que controla a emissão de moeda, também podemos afirmar que os títulos públicos são os que apresentam menor risco de crédito. Assim, chegamos à conclusão de que a LFT é o título mais seguro (menor risco de calote, menor volatilidade e liquidez altíssima) do mercado brasileiro.
Dessa forma, esse título é utilizado com reserva de capital em praticamente qualquer situação. Empresas por exemplo, podem deixar parte do seu capital de giro nele. Fundos de investimento também usam LFTs para deixar a parcela de liquidez da carteira. Investidores pessoa física usam as LFTs para guardar seu dinheiro do dia a dia, ou então sua reserva de emergência/oportunidade.
Por conta de todos esses fatores, a LFT é um dos ativos mais importantes do mercado brasileiro, e todo investidor que tenha uma carteira saudável terá ao menos uma pequena parte investida em LFTs, seja diretamente, seja via um fundo de liquidez diária sem volatilidade (que investe sua carteira toda nesses títulos também). E mesmo para um investidor iniciante e com perfil super conservador, migrar o dinheiro que possui na poupança, por exemplo, para uma carteira de LFTs, é uma forma de começar a conhecer o mercado e aumentar muito sua rentabilidade, sem aumentar o risco.
Esse texto foi publicado pelo blog CDI – Conselho dos Investidores. Caso tenha interesse em aprender mais sobre investimentos, falar sobre o mercado, e investir melhor, entre em contato com a gente através do nosso Instagram @conselhodosinvestidores, ou pelo nosso site.