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O QUE É LIQUIDEZ?

Tivemos nos últimos dias notícias de falências de alguns bancos americanos. Quando uma empresa vai à falência, é porque ela tem dívidas e obrigações maiores do que o caixa, e ao não conseguir cumprir essas obrigações, ela acaba tendo que encerrar suas operações. Muitas vezes, como foi o caso agora, as empresas têm ativos em valor suficiente para pagar as dívidas, mas não conseguem vender a tempo ou por um valor razoável. Chamamos isso de um problema de liquidez.

Liquidez é a capacidade de conversão de um bem em dinheiro. Assim, um dinheiro que está na sua conta corrente tem uma liquidez altíssima, já que você pode ir até um caixa eletrônico e sacar imediatamente. Já o dinheiro investido em um apartamento tem uma liquidez baixa, pois se quiser converter novamente em dinheiro, pode levar anos até aparecer um comprador.

Juntamente com a rentabilidade e o risco, a liquidez é um dos fatores mais importantes ao se avaliar antes de realizar um investimento. Em geral, uma liquidez menor está ligada a uma rentabilidade maior, e vice-versa. Um investidor muito ganancioso pode optar por colocar um valor muito relevante em ativos com pouca liquidez, olhando apenas para o retorno. Ele corre o risco de ao precisar do dinheiro ficar sem, ou então ser obrigado a receber apenas parte do valor investido.

Já um investidor muito ansioso, que não aceita deixar parte do seu patrimônio preso em um investimento, pode optar por deixar tudo com liquidez muito alta. Isso pode ser interessante por possibilitar a ele acesso rápido a esses valores caso precise, mas implicará em uma rentabilidade menor. Ou, pior, implicará em um risco alto, pois a rentabilidade anda junto com o risco ou a liquidez, sempre. Então ele pode, por não querer prender o dinheiro, tomar mais risco que o seu perfil permite, e no futuro ter um prejuízo enorme.

Cada pessoa tem uma necessidade de investimento, e todos os casos são possíveis. Para alguém que tem um valor baixo de patrimônio, por exemplo, e quer começar a investir, é prudente colocar tudo em um investimento com liquidez diária, já que é importante ter uma reserva de emergência, ou seja, um dinheiro com alta liquidez e baixo risco para imprevistos. Ou uma pessoa que tem um valor alto em conta, mas já decidiu que o utilizará para comprar um imóvel, e a oportunidade pode aparecer a qualquer momento, também faz sentido que deixe em liquidez imediata. Mas de maneira geral, para uma carteira normal, e que englobe todo o patrimônio de um investidor, faz sentido ter ativos com diversos graus de liquidez.

Se bem trabalhada, a liquidez deixa de ser um limitador ao investidor, permitindo que ao mesmo tempo ele possua disponibilidade de recursos no curto prazo, caso precise, e simultaneamente obtenha rentabilidades interessante em ativos com liquidez menor. Do contrário, pode incorrer no mesmo problema que as empresas que citamos no início, que por um erro estratégico, montaram uma posição com menos liquidez que o necessário, e por isso quebraram.

Esse texto foi publicado pelo blog CDI – Conselho dos Investidores. Caso tenha interesse em aprender mais sobre investimentos, falar sobre o mercado, e investir melhor, entre em contato com a gente através do nosso Instagram @conselhodosinvestidores, ou pelo nosso site.

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