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O QUE SÃO DEBÊNTURES?

Entre os muitos ativos disponíveis no mercado de renda fixa brasileira, um dos menos conhecidos pelo investidor comum são as debêntures. A maioria do patrimônio dos investidores de renda fixa costuma estar alocada em CDBs, títulos públicos e fundos de liquidez. O que é uma pena, pois as oportunidades no mercado de crédito são muito maiores que isso, e às vezes por falta de conhecimento as pessoas deixam de diversificar seu patrimônio e de aproveitar oportunidades de ganhos bem interessantes.

Debêntures, apesar do nome complicado, nada mais são que títulos de dívida emitido por empresas não bancárias. Não bancárias porque os bancos tem o direito de emitir CDBs, LCIs e LCAs, que por contar com a garantia do FGC, podem ser vendidos oferecendo retornos menores, já que o risco é menor. As debêntures não contam com o FGC, então a primeira e principal característica delas é que o investidor que adquire uma debênture está tomando o risco da empresa emissora.

Em outras palavras, ao comprar uma debênture da Klabin, Eneva, BRF, ou qualquer outra empresa, o investidor está acreditando que essas companhias terão capacidade financeira de pagar suas dívidas, e devolver o dinheiro mais os juros no vencimento do papel. Se a empresa passar por problemas, o investidor corre o risco de não receber seu dinheiro de volta. Por conta disso, as debêntures costumam oferecer uma rentabilidade maior que os títulos bancários, e por isso costumam pagar remunerações mais agressivas.

Outro ponto muito interessante é que existe um segmento específico de debênture, as chamadas debêntures incentivadas, que por conta de um incentivo definido em lei que isenta de IR recursos captados para projetos de infraestrutura. Assim, ao comprar debêntures que se enquadram nessa categoria, o investidor está liberado de pagar imposto de renda, o que aumenta a atratividade do ativo.

A liquidez desse tipo de ativo também é mais interessante que seus pares bancários. Isso ocorre porque, diferente dos CDBs, existe um mercado secundário forte, em que investidores compram e vendem para investidores, o que permite marcação na curva dos preços, e saídas antecipadas com muito mais agilidade. Isso é importante porque é comum para debêntures ter um prazo de 15 ou 20 anos, então a possibilidade de resgate antecipado permite que um número muito maior de investidores participe.

Em relação à rentabilidade, além da taxa paga ser em geral mais atrativa que ativos menos arriscados de renda fixa, a maioria das debêntures paga juros com alguma frequência, que pode ser mensal, semestral ou anual, o que faz delas ótimos ativos para compor uma carteira de renda passiva ou carteira previdenciária.

Sempre é bom repetir, o risco é maior, e existe a possibilidade de perda do capital se a empresa por algum motivo não puder pagar. Por conta disso, uma carteira saudável de debêntures deve ser apenas uma parte da carteira como um todo, contar com um número elevado de papéis, reduzindo o risco de cada empresa, e de preferência com empresas que estejam financeiramente sólidas, o que em parte é avaliado pelas notas das agências de rating (Debêntures com nota mais elevada são as chamadas triple A – AAA). Montando um portfólio dessa maneira, o investidor consegue ter acesso a esse gigantesco mercado do crédito corporativo, sem correr um nível de risco mais elevado que o seu perfil permite.

Esse texto foi publicado pelo blog CDI – Conselho dos Investidores. Caso tenha interesse em aprender mais sobre investimentos, falar sobre o mercado, e investir melhor, entre em contato com a gente através do nosso Instagram @conselhodosinvestidores, ou pelo nosso site.

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