A Petrobras planeja investir US$ 78 bilhões no período de 2023 a 2027, como divulgado no seu Plano Estratégico. Os valores representam 15% a mais que o plano anterior, que contemplava o período de 2022 a 2026. Os desinvestimentos são estimados em até US$ 20 bilhões. Resta ver como a mudança de governo influenciará o rumo da empresa nos próximos anos.
Mais de 80% dos investimentos irão para a área de Exploração e Produção (E&P), o que representa US$ 64 bilhões. Desses, 67% vão para o pré-sal. O projeto previsto de exploração e produção é viável com o barril de petróleo Brent cotado a US$ 35 ou acima. Refino, Gás e Energia receberão US$ 9,2 bilhões, sendo 50% do valor para aumento de eficiência.
Os investimentos deverão elevar a capacidade de processamento em 154 mil barris por dia (bpd) e a produção de diesel S-10 em mais de 300 mil bpd. Em relação ao tema ESG, a empresa investirá US$ 4,4 bilhões em projetos direcionados a iniciativas em baixo carbono, e ressaltou o compromisso de produzir com emissão máxima de até 15 KgCO2 equivalente por barril de óleo equivalente até 2030.
Fora dos US$ 78 bilhões, a empresa investirá mais US$ 20 bilhões em afretamentos e aquisição de plataformas, que por questões contábeis é contabilizado como dívida. Já os desinvestimentos são estimados entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões.
De acordo com o Diretor Financeiro e de relacionamento dos investidores, Rodrigo Araújo, o plano dá um recado de continuidade, mantendo o compromisso de projetos de baixo custo e baixas emissões de carbono, com grande importância na geração e distribuição de valor. Em termos de endividamento, ele argumenta possui uma dívida alongada, com mais de 50% dos vencimentos após 2027, o que reflete menores taxas de juros. O plano é manter um caixa de US$ 8 bilhões, e uma dívida bruta ao redor de US$ 55 bilhões.
O plano para os próximos cinco anos sai um mês antes da transição de governo. Resta ver agora como o novo Presidente da República agirá em relação às estatais e à Petrobras em particular, especialmente quem será indicado como presidente da empresa. Um dos integrantes da equipe de transição de Lula, Deyvid Bacelar, afirma que o plano será revisto pelo novo governo.
