Blog do Conselho

RESUMO SEMANAL 20 DE JANEIRO

Nesta semana, tivemos o Fórum Econômico Mundial, na Suíça, que termina hoje. No Brasil, Lula criticou a independência do Banco Central e a meta de inflação. A Americanas S.A. se aprofunda na crise que começou semana passada, e já negocia abaixo de R$ 1,00. Na China, as mortes por Covid em dezembro chegam a 60 mil, e o crescimento do PIB de 2023 é o segundo menor desde os anos 1970. Nos EUA, a controladora do Google anuncia corte de 12 mil funcionários, seguindo tendência do setor de tecnologia.

Esta semana aconteceu o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. O evento se iniciou na segunda-feira (16), e termina hoje (20). O tema deste ano foi “Cooperação em mundo fragmentado”. Ao longo da semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participaram de debates sobre a economia regional da América Latina e questões climáticas envolvendo a preservação da Amazônia. Haddad participou de dois debates, o primeiro na terça-feira (17), intitulado “Brasil: um novo roteiro”, e outro na quarta-feira (18), em que falou sobre lideranças e políticas econômicas na América Latina. Já Marina Silva participou de dois painéis: “Em harmonia com a natureza” e “A Amazônia em uma encruzilhada”. As duas mensagens principais que os representantes do governo levaram para o evento foram: economia e sustentabilidade vão andar juntas no governo e a democracia brasileira está sólida.

Na quarta-feira (18), o presidente Lula disse que a independência do Banco Central é bobagem e que a atual meta de inflação atrapalha o crescimento da economia. Na verdade, a aprovação da autonomia do Banco Central foi um marco importante aprovada em 2021, e garante um mandato de quatro anos para o presidente do Banco Central, o que blinda o banco e as decisões sobre juros do interesse do político que ocupa momentaneamente a presidência da República. Já as metas de inflação são componente indispensável do tripé macroeconômico, que salvou o Brasil da hiperinflação e permitiu uma década de crescimento nos anos 2000. Lula que fala bobagem.

Uma semana após o primeiro fato relevante de Americanas S.A. (se não sabe direito o que ocorreu, leia nosso artigo da semana passada clicando aqui), a situação da companhia continua preocupante, inclusive tendo se complicado nesses últimos dias. Apesar de a empresa tem conseguido uma decisão judicial que impede o bloqueio de bens por 30 dias, os bancos credores têm dificultado o acesso aos recursos neles depositados, e o BTG Pactual conseguiu o bloqueio temporário de R$ 1,2 bilhão. A Americanas divulgou na quinta-feira (21) que o caixa disponível da empresa beira os R$ 800 milhões, e que pode entrar com pedido de recuperação judicial. Hoje (20) houve novas quedas, e a ação negocia com queda que beira os 95%, a R$ 0,71 (antes da crise negociava a cerca de 12 reais).

A China registrou 59.938 mortes por covid de 8 de dezembro a 12 de janeiro. O número foi divulgado no sábado (14) pelo Escritório de Administração Médica da Comissão Nacional de Saúde chinesa. A maioria dos óbitos foram de idosos, com uma média de idade de 80,3 anos. O surto atual se iniciou em dezembro, depois da flexibilização das restrições da política chamada de Covid Zero, que se deu devido a uma onda de protestos espalhados pelo país contra as medidas. Desde o início de dezembro o governo chinês parou de divulgar as mortes diárias, provavelmente porque não tem interesse em mostrar o fracasso de suas ações para impedir a proliferação da doença nos últimos três anos.

O PIB da China cresceu 2,9% no 4º trimestre de 2023 em relação ao mesmo período do ano anterior. Os dados foram divulgados na terça-feira (17), e o valor do PIB alcançou US$ 17,95 trilhões, 3% acima do verificado em 2021. Apesar do valor maior que o esperado, de 1,8%, a taxa anual de crescimento foi a segunda pior de 1976, ficando atrás apenas do verificado em 2020, primeiro ano da pandemia em que a economia chinesa cresceu 2,2%. A desaceleração do crescimento chinês nos últimos anos preocupa todo o mundo, pois se for uma tendência, deve impactar e muito diversos mercados, já que o país conta com uma população de 1,4 bilhão de pessoas, sendo um gigante tanto no consumo quando na produção de bens.

A Alphabet, controladora do Google, anunciou que vai cortar cerca de 12 mil empregos, equivalente a 6% do total de funcionários. Em uma semana, houve o anúncio de cortes que somam 40 mil vagas, ao somar Microsoft e Amazon. Com o aumento dos juros nos EUA e no mundo, os investidores estão cobrando por corte de gastos e resultados nas empresas, que não podem mais de dar ao luxo de entregar lucros apenas daqui alguns anos. Esse movimento ocorre não só nas Big Techs, mas em todo o setor de tecnologia, inclusive no Brasil, onde diversas empresas estão cortando a folha para ajuste de gastos.

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