Nesta semana, tivemos eleições para presidente da Câmara e Senado, e entrevista de Lula criticando a política monetária atual. O Banco Central do Brasil manteve a Selic em 13,75%, enquanto que o FED, Banco Central Europeu e Banco Central Inglês aumentaram suas taxas, com o mundo ainda tentando vencer a inflação que segue persistente. Tivemos também o início do calendário de divulgação de resultados da bolsa, com resultados de Romi, Cielo e Santander. Por fim, boatos sobre possível problemas tributários com a Ambev.
Na quarta-feira (1) tomaram posse no Senado e Câmara Federais os parlamentares da legislatura 2023-2026. No mesmo dia, ocorreu eleição para presidência e mesa diretora das duas casas. Na Câmara, Arthur Lira (PP) foi eleito com larga maioria dos votos. O presidente reeleito obteve 464 votos, contra 21 para Chico Alencar (PSOL) e 19 para Marcel Van Hattem. Foi a vitória mais larga da história da Câmara desde a Constituição de 1988. No Senado, era previsto um páreo mais duro para o presidente Rodrigo Pacheco (PSD) que buscava a reeleição, mas foi uma vitória relativamente tranquila. Pacheco obteve 49 votos, contra 32 votos para Rogério Marinho (PL). Os dois presidentes reeleitos ficarão mais dois anos no comando das casas legislativas.
Na quarta-feira (1), o Federal Reserve (Banco Central Americano), decidiu aumentar a taxa de juros nos EUA em 0,25 p.p., que agora foi para a faixa de 4,5% a 4,75%. A decisão foi unânime, e este foi o menor aumento desde março, período em que ocorram aumentos de 0,75 p.p e 0,5 p.p. O FED tem como meta uma taxa de inflação anual de 2%, sendo que atualmente está acima de 6%. Jerome Powell, que comanda a instituição, reconheceu a queda da inflação, mas indicou que ainda há alguns aumentos a serem feitos nas próximas reuniões.
O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), decidiu na quarta-feira (1), manter a taxa Selic em 13,75% ao ano. Essa é a quinta reunião consecutiva em que a taxa fica nesse patamar. Em comunicado, o Copom disse que segue atento e que deve perseverar (entende-se manter os juros) até que se consolide queda da inflação e a ancoragem das expectativas, que significa voltar à normalidade de uma inflação que rode perto dos 3% ao ano. O Copom projeta inflação de 5,6% para 2023 e 3,4% para 2024.
Na quinta-feira (2), o Banco Central Europeu elevou suas taxas de juros em 0,5 p.p. Assim, as taxas de empréstimo, refinanciamento e depósito foram para 3,25%, 3% e 2,5% respectivamente, maiores níveis desde 2008. Esta foi a quinta alta consecutiva, e o BCE já sinalizou mais uma alta de meio ponto para março. Já o Banco Central da Inglaterra aumentou a taxa de juros para 4%, também maior patamar desde 2008, para combater a inflação que ainda está acima dos 10%.
Na quinta-feira (2), o presidente Lula, em entrevista para a RedeTV, criticou a decisão do Copom de manter os juros em 13,75%. De acordo com ele, “não existe nenhuma razão para a taxa de juros estar em 13,75%”. Lula também disse mais uma vez que a autonomia do Banco Central é uma “bobagem”, e diz que após o fim do mandato de Roberto Campos Neto (atual presidente do BC), vai “fazer uma avaliação do que significou o Banco Central Independente”. Por fim, o presidente da república disse que a meta de inflação do Brasil não precisa ter um padrão europeu (quis dizer que não precisa ser tão baixa).
Essa semana saíram os primeiros resultados do quarto trimestre de 2022. Divulgaram seus números Indústrias Romi e Santander (além da Cielo que divulgou semana passado ainda). A Cielo registrou lucro líquido recorrente de R$ 1,5 bilhão em 2022, avanço de 78,6% em relação a 2021. No 4T22, o lucro foi de R$ 490 milhões, 63,3% maior que o mesmo período do ano anterior. Já o Santander teve lucro gerencial de R$ 1,69 bilhão no 4T22, queda de 56% em relação ao 4T21. No ano completo, o lucro foi de R$ 12,9 bilhões, queda de 21% em relação a 2021. Por fim, Indústrias Romi divulgou um lucro líquido ajustado de R$ 193,9 milhões em 2022, crescimento de 21,9% em relação a 2021. No 4T22, o lucro foi de R$ 74,6 milhões, aumento de 36,4% em relação ao 4T21.
Essa semana também passaram a circular rumores sobre um possível rombo tributário em Ambev. De acordo com relatório da consultoria AC Lacerda e publicado pela Veja, a empresa estaria devendo cerca de R$ 30 bilhões em impostos, por conta de manobras tributárias na Zona Franca de Manaus. A Ambev estaria inflacionando o preço de componentes utilizado na produção, o que aumentaria as vantagens tributárias. A Ambev respondeu que as acusações não têm qualquer embasamento.
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