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UBS VAI COMPRAR O CREDIT SUISSE

O Credit Suisse, segundo maior banco da Suíça, será comprado pelo primeiro, o UBS. Como já havíamos comentado nas semanas anteriores, o Credit vem enfrentando dificuldades há algum tempo, e temores em relação a uma possível insolvência do banco levaram a instituição a pedir um empréstimo às autoridades suíças, no valor de US$ 54 bilhões, na semana passada. Poucos dias depois, ontem (19), foi divulgado um acordo de compra do Credit Suisse pelo UBS, no valor de cerca de US$ 3 bilhões.

O acordo envolve uma troca de ações, em que os acionistas do Credit Suisse receberão uma ação do UBS para cada 22,48 ações do Credit. O valor representa um desconto de mais de 50% sobre o valor das ações do Credit há dois dias. Na sexta-feira (17), elas negociavam a US$ 2,01, e no acordo costurado, estão saindo por US$ 0,82. O valor foi o triplo da primeira oferta, mas ainda assim muito baixo perto do valor histórico do Credit, considerando que a ação sofreu uma desvalorização de cerca de 90% só nos últimos 2 anos.

A nova empresa terá mais de US$ 5 trilhões em ativos totais investidos. Como parte do acordo, o Banco Central da Suíça irá prover até US$ 108 bilhões em liquidez via empréstimos, e o governo irá flexibilizar os prazos para fusão de empresas e regras de aprovação de acionistas, para acelerar a concretização do negócio.

Tivemos nos últimos dias também a quebra de alguns bancos americanos, porém os problemas do Credit Suisse já vem de longa data, incluindo escândalos de fraude, lavagem de dinheiro, e prejuízos, inclusive em 2022. A solução encontrada é positiva considerando o cenário de quebra do banco, que seria muito mais traumático, e sem intervenção provavelmente desencadearia um crise financeira global.  O Credit Suisse está presente em diversos países, e inclusive no Brasil tem R$ 42 bilhões em ativos. Dada a história do banco, e sua relevância como player global, não deixa de ser preocupante ele precisar ser comprado a toque de caixa para não quebrar.

A cada nova falência ou dificuldade financeira que é divulgada, vai ficando claro que o momento não é favorável para as instituições financeiras, e que os altos juros globais, necessários para controlar a inflação histórica que incide sobre o mundo depois da pandemia e durante a Guerra da Ucrânia, talvez não sejam suportados por economias e empresas que se acostumaram a juros artificialmente baixos por tantos anos. Esses acontecimentos estão sendo observados de perto pelos formuladores da política monetária em todo o mundo, e não há dúvida de que terão impacto nas próximas decisões.

Esse texto foi publicado pelo blog CDI – Conselho dos Investidores. Caso tenha interesse em aprender mais sobre investimentos, falar sobre o mercado, e investir melhor, entre em contato com a gente através do nosso Instagram @conselhodosinvestidores, ou pelo nosso site.

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